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Revista Espírita 1860 » Dezembro » Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas

SEXTA-FEIRA, 26 DE OUTUBRO DE 1860

(SESSÃO GERAL)

 

Comunicações diversas:

1.º ─ Leitura de uma comunicação recebida pela Sra. M... sobre a seguinte pergunta: Se Deus criou todas as almas semelhantes, como é que de repente há tanta distância entre elas?

2.º ─ Leitura de várias comunicações recebidas pelo Sr. P..., médium de Sens. Uma, assinada por Homero, apresenta um fato notável, que pode ser considerado como uma prova de identidade: a revelação espontânea do nome de Melesigênio, sob o qual Homero era primitivamente designado. O nome era desconhecido pelo médium.

3.º ─ Exame de uma carta do Sr. L..., de Troyes, na qual relata fatos notáveis de manifestações físicas espontâneas ocorridas em 1856 com uma pessoa dessa cidade, e que lembram os de Bergzabern.

4.º ─ Carta do Sr. Dr. Morhéry, relatando diversos fatos singulares de manifestações espontâneas ocorridas em sua presença, com a Srta. Désirée Godu, e que coincidem com a chegada de uma carta do Sr. Allan Kardec.

 

Estudos:

1.º ─ Perguntas diversas a São Luís.

2.º ─ Evocação do filho do Sr. Morhéry, que diz ter participado das manifestações ocorridas em casa de seu pai.

3.º ─ Ditado espontâneo ao Sr. Alfred Didier, sobre o desespero, assinado por Lamennais.

4.º ─ Perguntas diversas a Lamennais, sobre vários casos particulares de suicídio; sobre as relações dos Espíritos e sobre a identidade de Homero na comunicação de Sens.

 

SEXTA-FEIRA, 2 DE NOVEMBRO DE 1860

(SESSÃO PARTICULAR)

 

Comunicações diversas:

1.º ─ Leitura de uma segunda comunicação de Homero, obtida pelo Sr. P..., de Sens, e de diversas perguntas e respostas a propósito desse mesmo assunto.

2.º ─ Desenhos obtidos por um médium de Lyon, notáveis pela originalidade, se não pela execução. Interrogado a respeito, São Luís diz que os desenhos têm o seu valor, porque são mesmo do Espírito, mas não têm significação muito precisa, pois o médium e o Espírito ainda não estão bem identificados um com o outro. Acrescenta que o médium poderá, com o tempo, tornar-se excelente.

 

Estudos:

1.º ─ Perguntas a São Luís: 1º ─ sobre a fórmula de confirmação da identidade dos Espíritos; 2.º ─ sobre o papel do homem na moralização dos Espíritos imperfeitos; 3.º ─ sobre a aparição de Espíritos com a forma de chama; 4.º ─ sobre o valor dos desenhos enviados de Lyon; 5.º ─ sobre o transporte de objetos pelos Espíritos, seu erguimento do solo e sua invisibilidade;

2.º ─ Exame da questão de saber se os Espíritos podem operar o transporte de objetos a um recinto fechado e através de obstáculos materiais.

O Sr. L... faz observar que tais questões se ligam aos fenômenos de manifestações físicas, com as quais a Sociedade não deve ocupar-se.

O presidente responde que a pesquisa das causas é um ponto importante, que se liga diretamente ao estudo da ciência e entra no quadro dos trabalhos da Sociedade. Todas as partes da ciência devem ser elucidadas. Uma coisa é ocupar-se dessas pesquisas teóricas, e outra é fazer da produção dos fenômenos objeto exclusivo. Aliás, acrescenta, podemos recorrer a São Luís, rogando-lhe nos diga se considera a discussão que acaba de ocorrer como tempo perdido. São Luís responde: “Estou longe de considerar vossa conversa como inútil.”

3.º ─ Evocação de Charles Nodier. Solicitado a continuar o trabalho começado, ele responde que continuará na próxima vez e lembra a solenidade do dia num belo ditado espontâneo. Atendendo a um pedido, dita uma breve prece alusiva à circunstância.

4.º ─ É feito um apelo geral, sem designação especial, aos Espíritos sofredores que possam estar presentes, convidando-os a se identificarem. O Espírito de um homem altamente colocado, em vida, e falecido há dois anos, apresenta-se espontaneamente e testemunha, por sua linguagem ao mesmo tempo simples e digna, os bons sentimentos de que está agora animado e o pouco caso que faz das grandezas humanas. Responde com complacência e benevolência às perguntas que lhe são feitas.

 

SEXTA-FEIRA, 9 DE NOVEMBRO DE 1860

(SESSÃO GERAL)

 

O Sr. Allan Kardec faz algumas observações sobre o que foi dito na última sessão, relativamente às manifestações físicas. A respeito, lembra a instrução dada por São Luís em novembro de 1858, quanto ao objetivo dos trabalhos da Sociedade. A instrução está assim formulada:

 

“Zombaram das mesas girantes, porém jamais zombarão da filosofia, da sabedoria e da caridade que brilham nas comunicações sérias. Elas foram o vestíbulo da ciência. É aí que ao entrar devem ser deixados os preconceitos, como se deixa um manto. Não é demais insistir para que façais de vossas reuniões um centro sério. Que alhures façam demonstrações físicas; que alhures vejam; que alhures ouçam, mas que entre vós se compreenda e se ame. Que pensais ser aos olhos dos Espíritos superiores, quando fazeis girar ou erguer-se uma mesa? Escolares. Passará o sábio o seu tempo a recordar o á-bê-cê da Ciência? Ao contrário, vendo que buscais as comunicações sérias, vos consideram como homens sérios em busca da verdade.”[1]

São Luís

 

Acrescenta o Sr. Allan Kardec: Não está aqui, senhores, um admirável programa, traçado com essa precisão e essa simplicidade de expressão que caracterizam os Espíritos realmente superiores? Que entre vós se compreenda, isto é, que todos devemos aprofundar tudo, para nos darmos conta de tudo; que entre vós se ame, isto é, que a caridade e uma benevolência mútua devem ser o objetivo dos nossos esforços, o laço a nos unir, a fim de mostrar pelo nosso exemplo o verdadeiro objetivo do Espiritismo. Estranhamente nos enganaríamos quanto aos sentimentos da Sociedade, se julgássemos que ela despreza o que se faz alhures. Nada é inútil, e as experiências físicas também têm sua vantagem, que nenhum de nós contesta. Se não nos ocupamos com elas, não é porque tenhamos outra bandeira. Temos nossa especialidade de estudos, como outros têm a sua, mas tudo isto se confunde num objetivo comum: o progresso e a propagação da ciência.

 

Comunicações diversas:

1.º ─ Leitura de ditados espontâneos recebidos fora da Sociedade.

2.º ─ Carta do Sr. L..., de Troyes, relatando fatos ocorridos em sua presença, produzidos pelo Espírito obsessor de que se tratou na última sessão. Esses fatos, que haviam cessado desde 1856, acabam de reproduzir-se em circunstâncias realmente notáveis, que serão objeto de estudo por parte da Sociedade.

 

Estudos:

1.º ─ Perguntas diversas sobre a obsessão; sobre a possibilidade de reproduzir pelo daguerreótipo a imagem das aparições visíveis e tangíveis; sobre as manifestações físicas do Sr. Squire.

2.º ─ Perguntas sobre o Espírito que se manifesta em Troyes e, notadamente, sobre os efeitos magnéticos produzidos nessa circunstância.

3.º ─ Cinco ditados espontâneos recebidos por quatro médiuns diferentes.

4.º ─ Evocação do Espírito perturbador de Troyes. Esse Espírito revela uma das mais baixas naturezas.



[1] Mensagem inserida por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns, cap. XXXI, mensagem XVIII.


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